segunda-feira, 22 de abril de 2013

Palco da vida – Fernando Pessoa


Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá a falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você. Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar “eu errei”. É ter ousadia para dizer “me perdoe”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”.
É ter humildade da receptividade. Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz…
E, quando você errar o caminho, recomece.
Pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um obstáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.
“Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…”

Fernando Pessoa

Os rumos infelizes da minha carreira profissional.


Assim tenho vivido minha vida já a alguns anos. Minha cabeça sempre nesse turbilhão de pensamentos e a dificuldade de colocar a prática e de concluir as coisas também é uma constante.

Uma vez trabalhava numa grande empresa de artigos esportivos e fui promovido para um setor bem mais bacana que eu queria muito. Na ocasião trabalhava 6h/dia e nesta nova posição seria em horário comercial. Eu não sabia da existência do TDAH nessa época e ia enfrentando meus demônios sozinho tentando elaborar como era possível na época sobre o motivo de ser assim.


Enfim, chegando neste novo setor eu tive meu "primeiro encontro" digamos assim "face to face" com o Tdah. Ali eu comecei a perceber que algo estava errado comigo pois eu simplesmente não conseguia ficar dentro daquele escritório, não conseguia me concentrar de forma alguma, eu de fato era inapto a aquela função de certa forma, mesmo com extremo esforço de minha parte pois era algo que eu queria muito e lutei para conseguir.

Meus poucos dias neste setor foram desastrosos. eu quase dormia com as explicações do trabalho repetitivo que diria fazer, tinha um sono incontrolável e ao mesmo tempo uma inquietude que não me deixava ficar parado na cadeira. Estava sempre me levantando para tentar "resetar" aquelas sensações incontroláveis que eu não queria que fossem minhas. Tudo em vão! eu queria fugir dali antes que tudo fosse aos ares.
Ficava minutos olhando para a janela viajando em milhares de outras idéias e pensamentos, queria estar fora dali.
O resultado foi que tudo foi um fracasso e considero isso uma das grandes falhas e decepções que já tive na vida. Me senti menor, incapaz, diferente, pior que os outros...enfim um vagabundo. Cheguei a essa conclusão na época inclusive. Que eu era um vagabundo, só podia ser! Todas aquelas pessoas (sem arrogância, mas algumas muito menos capazes e inteligentes que eu) conseguiam levar aquela rotina facilmente e só eu que não? Foi muito ruim e acabei infelizmente saindo de lá...

Após esse acontecimento perdi muito da minha auto-confiança e passei a acreditar piamente que não era capaz de assumir uma vaga numa empresa por causa dessa minha "inaptidão" ao trabalho, apesar de ter plena consciência que sou um bom profissional.


Mas como não podemos desistir procurei novamente após um tempo um emprego e foi quando consegui uma entrevista em uma empresa de assessoria para empresários onde eu iria realizar tarefas administrativas. Para minha sorte a carga horária era de seg a sab meio período o que me ajudou mas não solucionou. Tive momentos geniais e de rendimento super positivos (geralmente quando estava fazendo algo que gostava, o que para um tdah é a chave para a concentração) que chamaram a atenção da empresa,  mas a inquietação, procrastinação e falta de concentração me renderam também diversos feedbacks negativos  e etc, mas ainda assim tinha um emprego.

Sempre fui muito criativo e após alguns meses fui promovido a gestor da área e junto com isso, veio o fantasma de estar preso a um computador por muito mais tempo e ainda tendo que organizar o meu trabalho e gerir o dos outros. Bom no começo foi bom mas logo perdi o interesse e tudo acabou indo por água abaixo também...inventei desculpas e mais desculpas para não querer estar naquela posição e acabei saindo.

Esta semana consegui uma oportunidade de trabalho e também não deu certo. O mais incrível é que foi a primeira entrevista e eu já consegui emprego de cara...aliás comigo sempre tive essa sorte em arrumar, o problema sou eu mesmo...

Fiquei muito chateado pois eu queria apesar de não ser o emprego dos meus sonhos. Eu estava motivado a não procrastinar, me dedicar e provar que sou capaz de me concentrar e me focar (mesmo que com ajuda de medicamentos) acho que até estava conseguindo isso tomando um ansiolítico (Rivotril, reluto em tomar Ritalina por medo do que li na internet).
Eu havia colocado na cabeça que ia conseguir, que não era possível eu ser assim para sempre, esse transtorno não é invencível. Me empenhei, comecei a tentar controlar a insônia e dormir cedo para ajustar o horário e não chegar atrasado (tudo isso antes de arrumar a entrevista), decidi não fazer nada que me tirasse a concentração e principalmente, disse para mim mesmo que ia fazer o esforço que fosse necessário e que iria me concentrar e por último, decidi que se não estivesse funcionando iria começar a tomar Ritalina mas que não iria desistir e abandonar mais um projeto de forma alguma. Bom mas...não deu certo.
O diferente dessa vez é que eu não fugi, não tenho por que mentir mas se falar é difícil de acreditar... eu perdi a hora e acordei 1h da tarde no terceiro dia de trabalho....minha cara foi no chão...não sabia o que pensar e o que fazer...eu tinha tomado Rivotril  no dia anterior pra dormir na hora certa, será que foi isso que não me deixou ouvir o despertador? (se é que tocou). Enfim, ainda estou tentando digerir essa história toda pois eu realmente não queria sair de lá...mas o que explicar numa situação dessas? Eu já havia chegado atrasado nos dois primeiros dias e no terceiro chegar 14h pra trabalhar? Não tive ação, apenas aceitei que talvez não fosse para mim afinal era só mais um fracasso...sei lá se fiz a coisa certa...mas me deu vergonha de expor uma imagem de que não tem responsabilidade...estou fugindo disso!

Este circulo vicioso de abandonar projetos vem desde criança sei lá...já quis tanto fazer tanta coisa e depois vou largando para trás...perco o interesse em um clique! É uma bagunça...


Nos últimos 2 anos não sei contar quantas entrevistas deixei de ir por achar que não sou capaz de trabalhar como qualquer pessoa...isso me perturba demais.


Meu desejo é provar o contrário de tudo isso, tem que ser possível eu

não sou um vagabundo!

Abraços






domingo, 14 de abril de 2013

O retorno de Saturno

Antes de mais nada saiba o que é: 

"O Retorno de Saturno"


"Ocorre entre o período de 28 a 30 anos, aproximadamente, e indica o primeiro passo rumo à maturidade. Esta fase, que dura 2 anos, nem sempre é vivida com alegria; na verdade, passamos a olhar para a vida por uma nova perspectiva. É uma época de separação e de definição da qualidade da vida emocional. É o momento de reavaliar os valores íntimos. O indivíduo questiona todas as informações que recebeu e como estruturou sua vida.

Em decorrência desses questionamentos, relacionamentos podem terminar, metas podem se alterar. Há uma sensação de rompimento de vínculos. Há uma disposição inconsciente de explorar alternativas daquilo que se tem na vida, com uma sensação de aventura somada a um medo de perda, o que lembra a fase de crescimento entre o nascimento e os 3 anos de idade, quando a pessoa começa a se afastar da mãe. Como naquela fase, agora a pessoa pode sentir medo e dúvida em relação a querer crescer ou não. Algumas pessoas aceitam o chamado à aventura, assim como outras ficam estagnadas pelo medo e por resistência ao novo. Ser responsável pela suas decisões, saber estruturar sua vida, desenvolver a autoconfiança e tornar-se adulto, estruturar sua vida de acordo com o que acredita, abdicar de uma estrutura confortável e conformista, são questões que podem gerar medo e, ao mesmo tempo, impulsionar para uma nova aventura: construir sua própria vida como indivíduo adulto e responsável por suas decisões."



Sonhando acordado? Por que tanta dificuldade em fazer meus sonhos realidade "dormidos ou acordados".


Vivo num turbilhão de pensamentos, sonhos, idéias, tristezas, alegrias, tesão, amor, ódio e mais um monte de coisas. Nunca consigo organizar nada disso enfim, vivo numa bagunça que muitas vezes nem eu me encontro.


Quantas oportunidades perdidas por medo, insegurança, conformismo, procrastinação etc etc etc.


Hoje chegando bem perto dos meus 28 anos :-( vi que na vida pra se viver de verdade é preciso coragem e dizer foda-se pra quase tudo. O mundo quer te agarrar, te prender, te amarrar.. Quando digo "o mundo" me refiro mais às pessoas que vivem nele.

Conviver é o maior desafio que temos nessa vida DEFINITIVAMENTE! Pior ainda é conviver com as nossas reações às reações dos outros com relação ao que aparentamos ter e ser. Resumindo: quanto mais pensamos nos outros mais nossa vida torna-se uma porcaria! Chata pra caralho mesmo! Uma competição eterna de quem tem mais, de quem tem mais amigos, de quem tem o melhor carro, a melhor roupa o melhor parceiro(a) enfim, a melhor vida.

Deixei de fazer muita coisa na minha vida até agora, NOSSA! Sempre fui carente, muito carente! Isso foi a grande merda da minha vida!

Passei boa parte da minha vida tentando arrumar alguém para preencher um vazio em mim que só eu mesmo poderia preencher. Sofri pra caralho e fiz drama pra caralho também. Deixei de viver muitas coisas mas também vivi muitas outras, várias.
Sem apologia alguma mas: Já bebi muito, fumei, cheirei, tomei bala, baforei enfim só não injetei nem fumei crack por que eu não sou tão idiota, aliás não SEJA! Além de eu ter me relacionado com diversas pessoas que apesar de algumas dessas, eu ter me relacionado apenas pela carência citada acima, me trouxeram um monte de experiências a aprendizado. Aprendi a fazer o bom e o ruim que por sinal hoje sei bem diferenciar (eu acho).


So now, where do I go from here? Não sei, MESMO!

O que mais me incomoda hoje em dia é a minha incapacidade em ver graça nas coisas que eu antigamente amava fazer. Eu sonhava em morar fora, nos EUA talvez, mas também me interessava pela Europa (essa eu já fui e realmente não vi graça). Hoje em dia não, quero ficar no meu canto, morar aqui mesmo no meu país onde já sei  lidar com as falcatruas e truques desse povo estranho que é o nosso. Tenho preguiça de me imaginar aprendendo tudo de novo como lidar com as pessoas e o seu jeito de manipular os outros. Vai ver que lá é a mesma coisa que aqui.

Antigamente eu amava baladas! Achava tudo ali mágico, desafiador tipo um mundo à parte mesmo. Um lugar pra "ser eu mesmo". Agora me incomodo quando vou à esses lugares. Talvez seja o tipo de lugar que eu vá que é mais "geralzão" específico pra pegação. Não entendo as pessoas todas vestidas iguais, dançando iguais, tomando as mesmas drogas sem limites e se acabando pra depois chegar na segunda-feira e ficar postando frases depressivas no facebook.
Ao mesmo tempo eu me sinto como aquela menina da série Awkward da MTV, um peixe fora da água quando vou nessas baladas. Sou um cara bonito mas mesmo assim me sinto um lixo. Tenho medo de rejeição até quando não estou procurando ninguém por estar acompanhado. Acho que é a tal carência, necessito confete pra me sentir bem.
Enfim, eu confesso que a sensação é tentadora ao mesmo tempo. Gente bonita cheirosa "querendo copular" kkkk. Pois é sou humano e isso me atrai de certa forma e me culpo por isso... Mas isso é assunto para outro post.

Eu raramente vou para baladas, aliás tenho vivido enclausurado em casa na internet e em eventos chatos de família onde todo mundo odeia todo mundo, falam mal de todo mundo mas fingem que se amam e tiram fotos dando sorrisos e se abraçando. Além é claro do famoso "ai você sumiu!" ou "vamos marcar heim!". Vai ver que eles se amam de verdade, vai ver que isso é o amor. Odiar e amar ao mesmo tempo sei lá!

O Fato é: eu quero Viver! Viver do meu jeito!
Quer conhecer pessoas, lugares, tirar fotos, viver novas pessoas e melhores experiências, amar, sentir, sorrir, chorar, conquistar...Nossa tanta coisa presa aqui dentro. Como faz pra externar tudo isso sem magoar as pessoas que estão à nossa volta? Não quero ver ninguém triste, MUITO MENOS EU! Eu quero sentir o gosto da vida de novo se é que algum dia eu já senti o gosto da felicidade.